sexta-feira, julho 17

#quase tudo


"Se expurgarmos a vida de todos os preconceitos, convenções e valores sociais, de toda a disciplina, decência, patriotismo, crença no progresso, sentido do dever, respeito pelas instituições e pelos outros, todo o pudor, toda a vergonha, se expurgarmos a vida de tudo isto, o que resta?"

quase tudo

sobre “O Trópico de Câncer”
Henry Miller

domingo, julho 12

A Cala da Russa


No outro dia, estava a aconselhar um livro a um amigo que não queria nada de coisas de “gente tola”… e saiu-me uma descrição de um livro que li no verão passado e que gostei imenso e que não é assim de loucos, digamos que é bastante acessível, perfeito para ir lendo depois de uns belos mergulhos no mar:

MENTIRA – ENRIQUE DE HÉRIZ (2004)
Em Portugal editado por Dom Quixote

O escritor é catalão e a história (ou estória como se escreve agora!!) passasse entre uma praia da Costa Brava (a Cala da Russa) e um sítio perdido algures na Guatemala. É sobre mentiras, de como se desenrolam ao longo da vida e de como se perde o controlo das suas consequências.
Resumidamente, e a parte que mais gostei, é que a personagem principal é antropóloga e estuda os rituais da morte em diversas raças humanas e por uma confusão da vida é dada como morta na Guatemala e aproveita para viver a sua própria morte.
Esta é só uma das grandes mentiras... ao longo do livro existem muitas. Umas mentiras são mesmo reais e vão influenciando as vidas dos personagens, outras são somente fictícias (mentiras só de uma pessoa para consigo mesma). E no final... acho que a conclusão é que a junção te todas as mentiras e as relações humanas que se criam em redor delas são a Verdade :))

bem... concluindo... é um livro sobre a vida, com um toque assim de Catalunha…

PS: queria que as fotos do blog fossem todas a preto e branco mas tinha que mostrar a cor da água das praias da Costa Brava…

sábado, julho 4

Desassossegos #2


"Não o amor, mas os arredores é que vale a pena…

A repressão do amor ilumina os fenómenos dele com muito mais clareza que a mesma experiência. Há virgindades de grande entendimento. Agir compensa mas confunde. Possuir é ser possuído, e portanto perder-se. Só a ideia atinge, sem se estragar, o conhecimento da realidade."

Fernando Pessoa